Como não poderia deixar de ser o ESPETA não poderia passar ao lado do Dia Mundial do Teatro. Essa GRANDE data que assinala essa GRANDE ARTE!
- In Diário Digital -
Desde que a UNESCO instituiu o Dia mundial do Teatro, o objectivo, em Portugal como no estrangeiro, é celebrar uma arte que movimenta milhões de pessoas - os autores dos textos que são levados à cena, os encenadores, os actores, os coreógrafos, os técnicos da luz, do som, os figurinistas, muitos outros.
Ao longo da História, variou, nos textos teóricos e na prática, a valorização que de cada um destes intervenientes no processo foi feita. O autor, o encenador e o actor foram muitas vezes proclamados, individualmente, e erradamente, o único elo indispensável, aquele sem o qual o Teatro não seria possível.
Que todos eles têm igual representatividade e peso mostra-o bem a síntese feita em 1905 pelo encenador Gordon Craig.
«A arte do teatro - escreveu Craig - não é a representação dos actores, nem a peça escrita pelo autor, nem a encenação nem a dança. É, sim, constituída pelos diversos elementos que compõem o espectáculo; o gesto, que é a alma da representação; as palavras, que são o corpo da peça; as linhas e as cores, que são a própria existência do cenário; o ritmo, que é a essência da dança».
Porque a humanidade evolui e a tecnologia com ela, o Teatro, como qualquer outra expressão artística, não pode deixar de chamar ao seu terreno utensilagem nova que lhe facilite e melhore a prestação, permitindo-lhe, por exemplo, a aproximação a um público cada vez mais amplo e mais bem informado.
Evocando as múltiplas hipóteses existentes sobre as origens do teatro, Lepage confessa simpatizar em particular com a que lhe foi dada a conhecer sob a forma de fábula.
«Uma noite, em tempos imemoriais, um grupo de homens estava concentrado numa pedreira para se aquecer à volta de uma fogueira e contar histórias. Subitamente, um deles teve a ideia de se levantar e de utilizar a sua sombra para ilustrar o seu conto. Com a ajuda da luz das labaredas, ele fez aparecer nas paredes da pedreira personagens maiores do que a natureza. Os outros, fascinados, reconheceram, cada um por sua vez, o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal».
Actualmente, «a luz dos projectores substituiu o fogo inicial e a maquinaria as paredes da pedreira», prossegue Lepage, para observar a seguir: «Esta fábula recorda-nos que a tecnologia está na origem mesma do teatro e não deve ser entendida como uma ameaça, mas como um elemento aglutinador».
Considera o cineasta canadiano que «a sobrevivência da arte teatral depende da sua capacidade para se reinventar integrando novos utensílios e novas linguagens».
«Se assim não for - questiona - como poderá o teatro continuar a ser a testemunha dos grandes desafios do seu tempo e a promover o entendimento entre os povos, se ele mesmo não der mostras de abertura» Como poderá vangloriar-se de oferecer soluções para os problemas de intolerância, de exclusão e de racismo, se, na sua própria prática, recusar qualquer mestiçagem e qualquer integração?»
Nota1 – O Dia Mundial do Teatro, criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI / UNESCO), celebra-se cada ano pelos Centros Nacionais do ITI e a comunidade teatral internacional. Numerosas manifestações teatrais organizam-se por este motivo. Uma das mais importantes é a difusão da Mensagem Internacional, escrita tradicionalmente por uma personalidade de dimensão mundial, convidada pelo Instituto Internacional do Teatro para partilhar as suas reflexões sobre temas de Teatro e a Paz entre os povos. A primeira mensagem foi escrita por Jean Cocteau (França), em 1962.
- In Diário Digital -
Desde que a UNESCO instituiu o Dia mundial do Teatro, o objectivo, em Portugal como no estrangeiro, é celebrar uma arte que movimenta milhões de pessoas - os autores dos textos que são levados à cena, os encenadores, os actores, os coreógrafos, os técnicos da luz, do som, os figurinistas, muitos outros.
Ao longo da História, variou, nos textos teóricos e na prática, a valorização que de cada um destes intervenientes no processo foi feita. O autor, o encenador e o actor foram muitas vezes proclamados, individualmente, e erradamente, o único elo indispensável, aquele sem o qual o Teatro não seria possível.
Que todos eles têm igual representatividade e peso mostra-o bem a síntese feita em 1905 pelo encenador Gordon Craig.
«A arte do teatro - escreveu Craig - não é a representação dos actores, nem a peça escrita pelo autor, nem a encenação nem a dança. É, sim, constituída pelos diversos elementos que compõem o espectáculo; o gesto, que é a alma da representação; as palavras, que são o corpo da peça; as linhas e as cores, que são a própria existência do cenário; o ritmo, que é a essência da dança».
Porque a humanidade evolui e a tecnologia com ela, o Teatro, como qualquer outra expressão artística, não pode deixar de chamar ao seu terreno utensilagem nova que lhe facilite e melhore a prestação, permitindo-lhe, por exemplo, a aproximação a um público cada vez mais amplo e mais bem informado.
Evocando as múltiplas hipóteses existentes sobre as origens do teatro, Lepage confessa simpatizar em particular com a que lhe foi dada a conhecer sob a forma de fábula.
«Uma noite, em tempos imemoriais, um grupo de homens estava concentrado numa pedreira para se aquecer à volta de uma fogueira e contar histórias. Subitamente, um deles teve a ideia de se levantar e de utilizar a sua sombra para ilustrar o seu conto. Com a ajuda da luz das labaredas, ele fez aparecer nas paredes da pedreira personagens maiores do que a natureza. Os outros, fascinados, reconheceram, cada um por sua vez, o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal».
Actualmente, «a luz dos projectores substituiu o fogo inicial e a maquinaria as paredes da pedreira», prossegue Lepage, para observar a seguir: «Esta fábula recorda-nos que a tecnologia está na origem mesma do teatro e não deve ser entendida como uma ameaça, mas como um elemento aglutinador».
Considera o cineasta canadiano que «a sobrevivência da arte teatral depende da sua capacidade para se reinventar integrando novos utensílios e novas linguagens».
«Se assim não for - questiona - como poderá o teatro continuar a ser a testemunha dos grandes desafios do seu tempo e a promover o entendimento entre os povos, se ele mesmo não der mostras de abertura» Como poderá vangloriar-se de oferecer soluções para os problemas de intolerância, de exclusão e de racismo, se, na sua própria prática, recusar qualquer mestiçagem e qualquer integração?»
Nota1 – O Dia Mundial do Teatro, criado em 1961 pelo Instituto Internacional do Teatro (ITI / UNESCO), celebra-se cada ano pelos Centros Nacionais do ITI e a comunidade teatral internacional. Numerosas manifestações teatrais organizam-se por este motivo. Uma das mais importantes é a difusão da Mensagem Internacional, escrita tradicionalmente por uma personalidade de dimensão mundial, convidada pelo Instituto Internacional do Teatro para partilhar as suas reflexões sobre temas de Teatro e a Paz entre os povos. A primeira mensagem foi escrita por Jean Cocteau (França), em 1962.
Nota2 - Foto de "A Tempestade" de William Shakespeare - Encenação Roberto Merino - 2005
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