domingo, 20 de junho de 2010

Erro médico provoca queimaduras graves em duas crianças

Duas crianças sofreram queimaduras no intestino devido a uma troca de medicamentos no Hospital Garcia de Orta, em Almada. A propósito de exames aos ouvidos foi-lhes administrado ácido em vez de um sedativo. Já foi aberto um inquérito interno ao "acidente".

“A doutora, em vez de administrar um medicamento para o adormecer e acalmar para fazer o exame, introduziu ácido”, contou à Lusa João Henriques, pai de um menino de 18 meses, que anteontem se deslocou ao serviço de otorrinolaringologia para realizar uma análise aos ouvidos.

“O meu filho gritou logo, mas só duas horas depois é que foram ver qual era o problema. Tem 14 centímetros do intestino queimado e vamos ver se não vai ficar com danos irreversíveis. Está internado e as próximas 48 horas vão ser cruciais”, adiantou o progenitor, frisando que a médica reconheceu o erro. “Diz que os frascos são iguais, do sedativo e do ácido, e não pode ser. Tem que haver uma diferenciação”, alerta.

A troca de medicamentos afectou uma outra criança de três anos. “O meu filho foi o primeiro e talvez por ser uma criança diferente não mostrou uma reacção tão pronta”, disse à Lusa Samuel Lima, que só se apercebeu do erro quando foi informado pela médica que efectuou o exame. “De certeza que está em sofrimento, porque os exames que fizeram mostraram que tinha os intestinos queimados e também queimaduras na traqueia e no esófago, embora aqui mais leves e de menor preocupação”, precisou.

Hospital reconhece erro

O Conselho de Administração do Hospital reconhece que “ocorreu um acidente com um medicamento habitualmente usado em circunstâncias diferentes”. A troca foi detectada imediatamente, tendo sido depois reportada seguindo as normas de gestão de risco hospitalar.

O hospital garante, no comunicado enviado ao Jornal de Notícias, que foram tomadas “as medidas habituais nestas circunstâncias, nomeadamente a abertura de um inquérito interno aos acontecimentos”. A unidade acrescenta que os dois menores estão actualmente em observação no serviço de pediatria e o seu estado clínico é “estável”.

In Jornal de Noticias

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