sexta-feira, 13 de março de 2009

Bebé morre dentro de carro

Um bebé morreu, ontem, dentro do carro do pai que foi trabalhar e se terá esquecido do pequeno João Pedro, de apenas nove meses de idade, durante cerca de três horas no interior da viatura. Na Rua de Timor, na Forca, em Aveiro, os moradores estavam incrédulos, mas ninguém ousava “apontar o dedo” ao pai que, segundo os responsáveis da empresa onde trabalha, “é uma pessoa impecável”.
O pai, um programador informático de 35 anos, estacionou o carro em frente à porta da loja de informática onde trabalha. O menino estaria a dormir e ele optou por deixá-lo mais um pouco dentro da viatura para o levar mais tarde ao berçário que fica mesmo ao lado. Só que, contam os populares, acabou por demorar mais tempo do que previa, por causa de uma reunião, enquanto o pequenino João Pedro estava sentado numa cadeirinha, dentro do Opel Corsa, de vidros fechados, exposto ao calor tórrido sem que ninguém se apercebesse.
Só depois do meio-dia as responsáveis pelo berçário estranharam que os pais não tivessem levado o bebé e resolveram telefonar à mãe que trabalha numa óptica no centro da cidade. Conta ainda uma fonte ligada ao berçário que a mãe ligou ao pai a perguntar porque não tinha levado o menino para o berçário, altura em que ele se apercebeu que se tinha esquecido dele dentro do carro. Veio imediatamente buscá-lo, mas nessa altura já era tarde.
O bebé estava inanimado na cadeira quando o pai pegou nele e, já com a ajuda das responsáveis do berçário, levaram-no para as instalações, chamando imediatamente o INEM. Quando a equipa médica chegou ao local, alguns minutos depois, já nada puderam fazer para lhe salvar a vida.
O casal tem uma outra filha de quatro anos que os pais tentavam proteger do drama.
A situação deixou em choque os pais que tiveram de ser apoiados por uma equipa de psicólogos do INEM, que chegou ao local cerca das 14.30 horas para apoiar o casal destroçado. Cerca das 15.10 horas, a psicóloga levava ao colo o corpo do pequeno João Pedro, embrulhado num lençol, para a ambulância que o levaria para o Gabinete de Medicina Legal do Hospital de Aveiro. O pai, tal como a viatura, foi para as instalações da PJ. No entanto, fonte daquela polícia garantiu que o pai não foi detido.


in Diário de Aveiro

1 comentário:

Anónimo disse...

E havia de ser detido porquê? Porque não, ser-lhe já decretada prisão preventiva (não vá dar-se o caso de "se esquecer" da filha tb...). Este pobre pai está desde já a ser julgado (e condenado) em praça pública, graças às manchetes de alguns jornais onde o acusam de "ter deixado morrer o bébé ao sol no carro"...
Não somos robots, infelizmente vivemos numa sociedade em que se não trabalharmos não sobrevivemos. Uma sociedade de rotinas...Pelo que li, não era rotina este pai levar o filho ao infantário. negligência? Talvez... Mas quantas vezes somos negligentes e deixamos os nossos filhos sozinhos, em casa,"acompanhados" pela tv ou pela playsation...Não se esqueçam que a maioria dos acidentes com crianças, acontece, precisamente, dentro de casa, e na presença dos pais!Não podemos prever os acidentes, simplesmente preveni-los. Este pai já tem um fardo para toda a vida, pelo seu inadvertido e fatal esquecimento...
Deixemo-nos de falsos moralismos e manifestemos a nossa solidariedade àqueles pais que perderam tragicamente aquele filho (que terá sofrido brutalmente), não condenando previamente o pai...Tenhamos a capacidade de nos colocar no seu lugar...Não somos perfeitos ou infaliveis... Quem o for, que atire a primeira pedra!!
Condolências à familia,
Fernanda