domingo, 4 de março de 2012

Benfeitor misterioso distribuiu 200 mil euros numa cidade alemã

Deixou um envelope com 10 mil euros à porta de uma organização que dá comida aos sem-abrigo, outro tanto debaixo do tapete de um hospício. Já distribuiu cerca de 200 mil euros, chamam-lhe o “Anjo de Braunschweig” mas ninguém sabe quem é.

Os habitantes de Braunschweig, uma pequena cidade alemã da Baixa Saxónia, têm um mistério por resolver. Nos últimos dias, um benfeitor tem distribuído dinheiro, já passou por centros de dia, igrejas, organizações que dão comida aos mais pobres ou protegem crianças. E até agora conseguiu sempre escapar sem que o descobrissem.

A sua história foi contada por um jornal local, o Braunschweig Zeitung, e desde então não param os telefonemas para a redacção. O jornalista Henning Noske contou à Spiegel que já foram encontrados muitos envelopes e que, por vezes, o dinheiro, entre os 10 mil e os 20 mil euros, é entregue acompanhado de um artigo do jornal em que é referida a instituição a que se destina.

A própria redacção do jornal já recebeu um desses envelopes, ainda que o dinheiro não se destinasse à publicação. Um jornalista tinha escrito um artigo sobre um rapaz de 14 anos, Tom, que ficou com deficiência após um acidente numa piscina. O jornalista contou as suas dificuldades, e da sua família, e depois de ler o artigo o “Anjo de Braunschweig” resolveu ajudá-lo, adianta a Spiegel. Dentro do envelope recebido pela recepcionista do Braunschweig Zeitung estavam 20 notas de 500 euros, para além do artigo com o nome da família sublinhado.

“Eu estava a conduzir quando ouvi a notícia”, contou Claudia Neumann, a mãe de Tom. “Estacionei o carro e fiquei sem palavras”. O dinheiro, adiantou, vai ser usado em obras para permitir a entrada da cadeira de rodas de Tom em casa e em terapia que o seguro recusou pagar.

Henning Noske garante que não sabe de quem se trata, tem apenas um palpite. “Ou é um idoso ou alguém que estará prestes a morrer”. Também poderá ser um Robin dos Bosques dos tempos modernos. Certo é que notícia do benfeitor tem feito chegar à redacção muitas cartas de organizações a contar a sua história, na esperança de também serem tema de reportagem.

Perante isto, Noske diz apenas que o jornal continuará a seguir os seus critérios jornalísticos. “Não nos vamos deixar instrumentalizar”. Talvez se divida entre descobrir quem é o responsável pelos donativos ou deixá-lo continuar. “Qualquer bom jornalista sonha fazer a diferença”, diz. Em Braunschweig há um benfeitor que está a facilitar essa tarefa.

in Público

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