quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Large Hadron Collider

Não sei o que pensar sobre este assunto. Mas posso afirmar peremptoriamente (e talvez por sobeja ignorância) que tenho medo. Pois mesmo que a possibilidade de ser criado um buraco negro seja igual à de uma mesma pessoa ganhar a lotaria 3 vezes em 3 semanas consecutivas, o que é certo é que a possibilidade existe. Uns dizem que é o principio do fim. Vários cientistas famosos tentaram por fim ao projecto por intermédio do Tribunal Internacional, mas todos os pedidos foram rejeitados e o projecto continuou. Quem defende o projecto, tem como um dos seus melhores argumentos o estudo sobre o impacto de Raios Cósmicos de alta energia sobre a Lua que conclui pela existência de um grande número de impactos individuais de partículas com a mesma ou superior escala de energia que será gerada pelo LHC*. Ora, se a Lua continua lá… E se recebeu exponencialmente mais impactos destes do que o LHC poderá fazer em toda a sua vida útil, então é pouco provável que o LHC crie um buraco negro. Mas é provável! O próprio estudo indica que havia uma possibilidade remota da Lua (ou da Terra) ser destruída por um buraco negro criado por um desses impactos de alta energia. Actualmente, não existem aceleradores de partículas capazes de igualar a energia com que alguns raios cósmicos colidem com a Terra. Já foram detectados raios cósmicos com 1 Joule de energia na Terra, que criaram uma chuva de partículas que se expandiu por centenas de quilómetros de raio na superfície. Tais energias não podem ser criadas num acelerador. Ainda. Nem mesmo no LHC. Na verdade, é mesmo provável que já estejam a ser criados buracos negros na nossa atmosfera, resultantes por estes raios cósmicos e evaporando-se numa fracção de segundo.
Oficialmente, o CERN, a entidade multinacional que gere o LHC nega que exista “qualquer ameaça concebível de stranglets, buracos negros e monopólos (publicação do CERN no seu site em 2007). Alguns cientistas do CERN admitem que os modelos teóricos admitem que o funcionamento normal do LHC pode gerar até um micro buraco negro por segundo, mas todos evaporantes através da radiação Hawking. Ou não… Já que não sabemos com total certeza de que essa radiação existe mesmo.
E se não existir… Então temos mesmo um problema.
Não sei o qu pensar sobre este assunto e era um tema sobre o qual gostaria que comentassem.
Esperemos que nada de mal aconteça e que estas teorias do Apocalipse não passem disso mesmo. Teorias.


Notícia


"Genebra, 10 Set 2008 - Aquela que é considerada a experiência científica do século - o início do funcionamento do maior acelerador de partículas do mundo, concebido para explorar os enigmas do Universo - começou hoje com sucesso na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern).

Em meio à alegria dos cientistas, que esperavam por este momento há anos, o primeiro feixe de protões a ser lançado no Grande Colisor de Hádrons (LHC) fez a primeira volta completa em uma hora no gigantesco túnel circular subterrâneo de 27 quilómetros, que fica na fronteira entre a França e a Suíça.

Horas depois, outro feixe de partículas, introduzido na direcção oposta, no sentido anti-horário, conseguiu percorrer todo o acelerador.

"Hoje é um dia histórico após 20 anos de trabalho e esforços de milhares de cientistas do mundo", disse à imprensa o director-geral do Cern, Robert Aymar.

"Pela primeira vez conseguiu-se que o acelerador aceitasse as partículas e que elas circulassem", declarou.

Na experiência de hoje, no entanto, as partículas foram lançadas com muito pouca velocidade e pouco a pouco para comprovar que todas as peças do LHC funcionassem correctamente.

Após o êxito dos primeiros testes, a pergunta que fica no ar é quando acontecerão as primeiras colisões frontais de partículas com velocidade próxima à da luz, ou seja, quando serão recriados os instantes posteriores ao Big Bang, o momento sonhado pelos cientistas, mas temido por aqueles que acham que levará ao fim do mundo.

"Não sei quanto tempo demorará. É muito difícil saber. Dependerá de quando a máquina estiver a funcionar a pleno rendimento, mas esperamos que seja em poucos meses", afirmou Lyn Evans, director do proejecto do LHC.

Os cientistas do Cern começarão amanhã mesmo a lançarem feixes em sentidos opostos, e as primeiras colisões poderiam acontecer nas próximas semanas, mas com pouca energia, até alcançar, no final do ano, um máximo de energia de 5 TeV (teraelétron-volts).

Quatro enormes detectores - ATLAS, ALICE, LHCb e CMS -, instalados no acelerador para permitir a observação das colisões frontais entre os protões serão responsáveis por observarem os milhões de dados que surgirem.

Com custo de US$ 5,64 bilhões, a experiência sem precedentes do LHC foi hoje justificada pelos seus responsáveis e vários especialistas.

"Sabemos que, apesar dos grandes conhecimentos que temos do Universo, desconhecemos 95% da matéria, e agora temos o mecanismo para transformar a teoria filosófica do Big Bang em física experimental, o que é absolutamente fantástico", afirmou o Prémio Nobel de Física de 1984 Carlos Rubbia.

"Agora estamos em posição de poder retroceder muito mais, até a origem do Universo, e de poder não apenas observar, mas simular estes instantes", declarou o físico italiano.

"Saber de onde viemos e para onde vamos sempre foi a pergunta que o homem se fez", disse Aymar.

No entanto, Aymar destacou que as descobertas do Cern transcendem a física teórica e têm importantes contribuições práticas, como no campo da medicina, mas também em exemplos como o agora imprescindível "www", inventado por cientistas do Cern em 1990.

Um dos grandes objectivos do LHC é descobrir o hipotético bóson de Higgs, chamada por alguns de "partícula de Deus" e que seria a partícula atómica número 25, após as 24 já constatadas.

A existência desta partícula, que deve seu nome ao físico britânico Peter Higgs, que previu sua existência há 30 anos, é considerada indispensável para explicar a razão de as partículas elementares terem massa, pois as massas são tão diferentes entre elas e confirmaria os modelos usados pela física para explicar o Universo, as forças e sua relação.

"Estamos convencidos de que o que chamamos de modelo standard (dominante na física) não está completo", afirmou Aymar, embora tenha previsto que nenhuma descoberta deste calibre será feita antes de três anos.

Se o bóson de Higgs existe, poderia ser detectado após a colisão de partículas no LHC com velocidade próxima à da luz, afirmam os especialistas.

Por outro lado, Evans afirmou que este acelerador "é um exercício em massa de colaboração mundial, no qual participaram cientistas e especialistas de muitos países, raças e religiões".

Cerca de 10 mil cientistas participaram deste projecto do Cern, entidade que pertence a 20 Estados europeus, mas no qual muitos outros países têm status de observadores. "



*Large Hadron Collider

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